A presidente Dilma Rousseff assegurou nesta
quinta-feira que o Tesouro Nacional irá bancar a diferença da tarifa de
energia elétrica para que o percentual de queda da conta de luz no
próximo ano seja o prometido pelo governo, apesar da adesão parcial das
empresas de geração. Em discurso no lançamento do plano de investimento para
o setor de portos, Dilma voltou a criticar as empresas que se negaram a
renovar antecipadamente as concessões e a ressaltar que o país precisa
de energia mais barata. "Nós tivemos não colaboradores nessa missão, e quando
você tem não colaboradores, os não colaboradores deixam no seu rastro
uma falta de recursos", disse a presidente. "Essa falta de recursos vai ser bancada pelo Tesouro do governo federal" acrescentou.
Mais tarde, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse
a jornalistas que ainda não há uma decisão sobre a participação
adicional do Tesouro no programa de redução das tarifas de energia
elétrica. O governo anunciou em setembro um plano de redução, em
média, de 20,2 por cento das tarifas a partir do próximo ano, que previa
a renovação antecipada e condicionada das concessões elétricas que
vencem entre 2015 e 2017. Mas o plano do governo foi frustrado com a recusa das
empresas estatais estaduais Cesp, Cemig e Copel em aceitar a renovação
das concessões. Com isso, a redução média das tarifas ficou em 16,7 por
cento. O governo reagiu à recusa das empresas com ataque,
culpando os Estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, todos
comandados pelo PSDB --principal partido de oposição ao governo
federal--, pelo fato de suas respectivas estatais não terem aderido à
prorrogação na geração de energia.
"Fizemos uma proposta de reduzir o preço da energia
elétrica, essa proposta não foi feita com o chapéu alheio, esse chapéu
que nós estamos usando é de todos os brasileiros, porque é deles que é a
energia elétrica, eles pagaram por isso", disse a presidente. Em evento na quarta-feira, Dilma já havia dito a uma
plateia de empresários da indústria que o governo não recuaria da sua
decisão de reduzir as tarifas de energia e que lamentava profundamente a
grande "insensibilidade" dos que não percebiam a importância da medida
para garantir um crescimento sustentável. Em discurso nesta quinta, a presidente indicou ainda
que as empresas que não aderiram ao plano de redução do preço de energia
do governo não serão contempladas com uma nova rodada de renovações dos
seus ativos.
(Fonte: Reuters)
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