Líder
do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) é o autor da Proposta de
Emenda à Constituição (PEC) que objetiva unificar as eleições no país,
no âmbito da reforma política em curso nas duas casas legislativas. Segundo
a proposição, a partir de 2022 os eleitores poderão votar no mesmo dia
para os cargos no Executivo (prefeito, governador, presidente da
República) e no Legislativo (vereadores, senadores, deputados estaduais e
federais). Atualmente, são realizadas eleições a cada dois anos,
alternando-se pleitos municipais com a escolha para os cargos estaduais e
federais. Segundo
Jucá, os mandatos passariam a coincidir em uma única eleição geral,
realizada a cada quatro anos, com a extensão dos mandatos de vereadores e
prefeitos eleitos em 2016 por seis anos, em vez dos quatro anos atuais,
caso a proposta seja aprovada por 2/3 do Congresso, em duas votações. Além
de reduzir os custos com o processo eleitoral, Jucá argumenta que a
unificação das eleições também garantiria maior transparência para o
eleitor. “Os
eleitores teriam acesso a um quadro mais claro da realidade política,
com condições de melhor formar juízo a respeito da continuidade ou da
substituição de seus representantes”, justifica o parlamentar, em sua
petição.
Alinhamento
Ainda
segundo o senador, a proposta, se aprovada, evitaria que os
alinhamentos, acordos e pactos de governabilidade precisassem ser
revistos a cada dois anos, conferindo maior estabilidade política ao
país. “Emergiria
da eleição geral única um quadro político estável por todo o quadriênio
seguinte. Todos os atores teriam clareza a respeito de suas tarefas,
dos meios disponíveis e das alianças formadas na situação e na oposição,
na União, nos estados e nos municípios”, propôs. A
proposta, substitutiva à do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), também
prevê datas semelhantes para a realização das eleições municipais,
estaduais, distrital e federal. A proposta original, redigida por uma
comissão de juristas, tinha como objetivo integrar um conjunto de
proposições para a reforma política. O
senador Renan Calheiros, favorável à medida, acrescenta que a
coincidência das eleições seria um “elemento motivador do entendimento
entre os partidos políticos e as lideranças municipais, estaduais e
federais, em benefício do interesse nacional”. No
lugar de estender os mandatos de prefeitos e vereadores, como prevê a
proposta de Jucá, o texto original propõe que os prefeitos e vereadores
eleitos em 2016 tivessem mandatos mais curtos, de apenas dois anos, o
que propiciaria a unificação das datas já a partir de 2018.
Reforma política
Ainda
no âmbito da reforma política em tramitação no Congresso, os senadores
já aprovaram e enviaram à Câmara propostas que vedam a transferência de
domicílio eleitoral de prefeitos e vice-prefeitos durante o exercício do
mandato e estabelecem uma cláusula de desempenho partidário nas
eleições.Foram
rejeitadas pelos senadores a proposta que acaba com a possibilidade de
reeleição para presidente, governador e prefeito, e outra que tornaria
desnecessária a exigência de filiação partidária para candidatos em
eleições municipais. Ainda
será avaliada a PEC que institui o sistema eleitoral proporcional de
listas fechadas nas eleições para a Câmara dos Deputados. A matéria foi
rejeitada na comissão, mas recebeu recurso para votação em Plenário. As
propostas voltaram à comissão por conta de requerimento para que
tramitem em separado.
(Fonte: Rondonotícias)
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