sábado, 29 de dezembro de 2012

Crise na saúde atinge todos hospitais de Petrópolis

Pelo menos 100 funcionários foram nesta sexta-feira (28). Até o próximo dia 31, todos os cerca de 320 trabalhadores vão ficar sem emprego porque o tradicional hospital da cidade vai fechar as portas. Na  quinta-feira (27) os funcionários fizeram uma manifestação. A Casa Providência, um hospital particular, conveniado com o SUS para alguns atendimentos,  realiza mais de seis mil procedimentos por mês. São exames laboratoriais, cirurgias neurológicas, tomografias computadorizadas e, a partir do dia 31, todos os procedimentos serão interrompido. A direção do hospital informou que não possui condições de arcar com os custos da unidade. O Sindicato da Enfermagem já foi informado sobre as rescisões dos funcionários. Segundo o vereador Silmar Fortes, para continuar funcionando, o hospital precisaria de quase R$ 1 milhão por mês. O governo de transição ofereceu  R$150 mil para a unidade continuar com o serviço de maternidade, mas a proposta foi rejeitada. A Câmara de Vereadores pretende acompanhar a situação, já que centenas de petropolitanos ficarão sem atendimento à saúde. 

NOTA OFICIAL DA BENEFICÊNCIA PORTUGUESA

O Hospital SMH - Beneficência Portuguesa lamenta o fechamento do hospital Casa Providência, previsto para o dia 31, e teme pelas consequências trazidas para a população e a saúde em geral. A situação atual da saúde pública em Petrópolis preocupa pela total ausência de infraestrutura e condições de trabalho oferecidas aos médicos, o que leva os pacientes a permanecer sem atendimento ou a recorrer à justiça, que através de liminares obriga os hospitais particulares a fornecer o tratamento necessário, fazendo com que estes entrem em colapso e fechem suas portas, como é o caso da Casa Providência. Em um ano e meio o Hospital SMH prestou socorro a 30 pacientes encaminhados através de liminar da justiça – que sempre foram cumpridas – gerando um custo de R$ 1,5 milhão, aproximadamente. Até hoje, o único acerto feito pelo governo municipal – realizado nesta quinta-feira (27/12) – foi referente a uma internação no valor de R$ 11.730,74 que ocorreu em 26 de julho de 2011. Diante dos altos valores e do não repasse por parte da prefeitura, o hospital – que não recebe nenhum tipo de subsídio seja em esfera municipal, estadual ou federal e paga seus impostos de maneira integral – se vê obrigado a fazer dívidas em bancos e chega também a uma situação limite. A direção do SMH segue aguardando um posicionamento do governo e espera que este cumpra com suas obrigações para com a sociedade, os médicos e a cidade, que tanto precisa de investimentos na área.

Assessoria de Imprensa
Hospital SMH - Fernanda Soares 

SOBRECARGA NO HAC 

Gestantes que procuraram atendimento ontem no Hospital Alcides Carneiro (HAC) estavam sendo dispensadas pelo hospital, devido a superlotação da unidade. O setor tem capacidade para 23 leitos, mas havia 33 pacientes internadas – sendo cinco no corredor do hospital, quatro na sala de pré-parto e uma no setor de ginecologia. A jovem Juliana Raibolt, de 24 anos, foi uma das pacientes que não conseguiram internação. Grávida de 39 semanas do primeiro filho, e sentido contrações, ela não foi liberada pelos médicos por falta de vaga. “Eu estou com dois dedos de dilatação e ainda não completei 41 semanas, por isso disseram que eu poderia ir para casa. Se as dores aumentarem, falaram para eu voltar e tentar um novo atendimento”, contou a gestante.

Acompanhada da mãe, Lúcia Raibolt, a procura por atendimento começou cedo, às oito horas da manhã. Segundo Lúcia, a primeira tentativa foi no Hospital Casa Providência. “Lá disseram que a maternidade estava fechada e que deveríamos ir para o Alcides Carneiro. E caso não tivesse vaga também a alternativa seria um hospital em Saracuruna. Fiquei apavorada, porque não posso deixar minha filha sozinha em um hospital no Rio de Janeiro”, contou. Após o atendimento ter sido negado na Providência, as duas seguiram para o Alcides Carneiro, onde a jovem também não conseguiu internação. “Se ela piorar vamos voltar. Eles vão ter que arranjar um leito para ela ganhar o bebê”, destacou Lúcia.
Segundo um funcionário do hospital, não havia mais camas e nem macas para acomodar as pacientes. “Não temos mais nenhuma, nem para montar.

A solução, agora, será usar cadeiras ou, em casos graves, buscar vaga em outros setores do hospital. Está muito difícil”, disse. A superlotação da maternidade também foi confirmada pela jovem Ana Paula Gomes da Conceição. Ela aguardava do lado de fora do hospital, a irmã de 25 anos que estava em trabalho de parto. “Ela está internada desde segunda-feira e hoje começaram a induzir o parto. Está uma loucura lá dentro”, contou.A moradora da Posse, Marta Reis, também aguardava a irmã de 28 anos que estava dando a luz ao segundo filho. Ela contou que as duas chegaram ao Alcides Carneiro por volta das quatro horas da manhã e a situação já era caótica. “Tem mulheres no corredor e as salas estão lotadas. Não sei como vai ser. Só espero que o parto dela corra bem”. 

(Fontes: Portal G1 / Tribuna de Petrópolis / Gazeta das Cidades)

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