A Petrobras poderá enfrentar ações civis e criminais após a Polícia
Federal alegar que a empresa não está tratando devidamente a água usada
no refino e produção de petróleo antes de liberá-la em rios e no mar,
segundo um representante da polícia responsável pela área ambiental. "A investigação foi concluída e enviada ao gabinete do procurador
federal", disse à Dow Jones Newswires Fabio Scliar, que comanda a
unidade de crimes ambientais da Polícia Federal no Rio de Janeiro. Segundo Scliar, um procurador federal deve apresentar acusações
criminais contra dois executivos de uma refinaria da Petrobras, após uma
investigação ter revelado que água contaminada com metais pesados e
outros poluentes foi jogada no rio Iguaçu.
A investigação também levantou questões sobre como a Petrobras trata e
descarta a água que entra em contato com o petróleo em plataformas no
mar, disse Scliar. Indícios de irregularidades potenciais com tratamento
de esgoto também foram encaminhadas para o Ministério Público Federal,
que planeja abrir um inquérito civil. Até agora, nenhuma conduta
criminosa foi descoberta relacionada com o tratamento de águas residuais
no mar, afirmou ele. A Petrobras negou as acusações.
Toda a água contaminada produzida
durante o processo de refino é tratada e descartada de acordo com a lei,
disse a empresa em um e-mail. "A água produzida com petróleo em
plataformas é tratada e descartada de acordo com a legislação
brasileira, que é tão rigorosa como leis dos EUA e Europa", disse a
Petrobras. Água contaminada de plataformas que não possuam equipamento
de tratamento a bordo é enviada para outras plataformas ou instalações, a
empresa acrescentou.
O Ministério Público Federal também pretende encaminhar as conclusões
da investigação à Procuradoria Geral da República, em Brasília, disse
Scliar. Isso vai permitir que todos os Estados do Brasil, com atividades
ligadas ao petróleo, acompanhem o inquérito civil e abram
investigações, acrescentou ele. A ação "vai abrir o debate sobre como
esses resíduos relacionados ao petróleo estão sendo tratados", disse.
(Fonte: Valor Econômico)
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