‘É uma dor inexplicável. A violência na cidade tem que
acabar. Niterói não é mais a mesma. Se pudesse, ia embora daqui’, desabafou
ontem Janaína Antônio de Oliveira, de 22 anos, filha de Maria Aparecida dos
Santos Antonio, de 48 anos, morta por bala perdida na tarde de sábado, na porta
de casa, na comunidade Sítio de Ferro, em Pendotiba. Ontem, cerca de 100
pessoas participaram de protesto na Praia de São Francisco, pedindo reforço no
policiamento, mesmo após aumento de mais de 100 homens no efetivo do 12º BPM
(Niterói). Os seguidos crimes em Niterói já haviam assustado a balconista,
moradora da Garganta, mas ela nunca imaginou que a violência iria bater à porta
de sua casa. A mãe dela, sentada no portão de casa enquanto conversava com
vizinho, foi atingida por tiro de fuzil na cabeça, durante operação da PM. “Foi
desesperador. Quando minha irmã, que está grávida de dois meses, saiu de casa,
viu a mamãe no chão, morta”, contou Janaína.
Ainda segundo ela, vizinhos no Sítio de Ferro afirmam que
não houve troca de tiros e que os PMs chegaram atirando. Moradores da
comunidade tentaram bloquear a Estrada Francisco da Cruz Nunes com um caminhão
e um ônibus. A PM informou que as armas dos policiais foram apreendidas para
análise e uma viatura está no local para garantir a segurança dos moradores. O
coronel Wolney Dias, comandante do 12ºBPM (Niterói), determinou também abertura
de Inquérito Policial-Militar para apurar a morte. O caso está na 77ª DP
(Icaraí). Policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) fizeram operações
em favelas de Niterói, ontem de madrugada. Segundo a unidade, não foram
registradas apreensões ou prisões até às 7h. Segundo o 12º BPM, a madrugada foi
calma em toda a cidade.
(Fonte: O Dia)
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