A Delta Construções concentrou 17% de 28 contratos sem
licitação com o governo do Estado do Rio de Janeiro para a recuperação da
Região Serrana do Rio, após as chuvas de 2011. O TCU (Tribunal de Contas da
União) e o MPF (Ministério Público Federal) investigam os repasses. As
investigações estão focadas nos recursos vindos do Ministério da Integração
Nacional. O TCU e o MPF querem saber se houve irregularidades do governo
estadual ao distribuir os recursos. A Delta foi a maior beneficiada nos acordos
firmados em caráter de emergência, logo nos primeiros dias da tragédia. A
empresa ficou com uma parcela de R$ 5 milhões, de R$ 27 milhões que foram
destinados a um grupo de empresas. As tempestades castigaram a região serrana
em janeiro de 2011, deixando mais de 900 mortos em Nova Friburgo, Teresópolis e
cidades vizinhas.
Envolvida nas investigações da CPI do Cachoeira, prestes a ser
instalada no Congresso, a empreiteira Delta Construções é suspeita de
montar uma rede de laranjas para lavar dinheiro numa triangulação com
outra construtora, a Alberto e Pantoja Construções e Transporte Ltda.
Uma análise da lista de beneficiários de pagamentos realizados pela
Alberto e Pantoja indica que a Delta pode ter abastecido contas
bancárias em nomes de pessoas que negam, publicamente, ter recebido as
quantias registradas na perícia da Polícia Federal. Destino de R$
26,2 milhões da Delta, a Alberto e Pantoja fez pagamentos até a um
cabeleireiro. Outras transferências tiveram como destino empresas que
não funcionam no endereço registrado. O modelo da operação e as
negativas reiteradas dos supostos beneficiários indicam, segundo o
Ministério Público, prática de lavagem de dinheiro nas operações que
movimentaram mais de R$ 25,8 milhões entre 2010 e 2011.
Entre os
principais destinatários do dinheiro do esquema está o cabeleireiro
Jefferson Dirceu Santos, que trabalha há nove anos em um salão de beleza
em Goiânia e aparece na lista de destinatários dos recursos. "Que?
R$ 60 mil? Nunca recebi nada desse valor e muito menos dessas pessoas.
Só podem ter usado o meu nome." Vários outros casos semelhantes se
repetem. Constam ainda na relação empresas de Mato Grosso, Tocantins,
Maranhão, Minas e Pará. As relações da Delta com a organização
criminosa comandada pelo contraventor Carlinhos Cachoeira vieram à tona
na Operação Monte Carlo. Segundo as investigações, Cachoeira era ligado
ao então diretor da Delta no Centro-Oeste, Cláudio Abreu. Eles
negociavam contratos com o poder público. Suspeita-se que subornavam
servidores públicos e que tenham participado da arrecadação ilegal para
campanhas eleitorais.
(Fonte: Portal BAND / JB OnLine)
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